Monstros.
Eles não escolhem ambiente pra viver: pode haver um na sua rua, na porta vizinha e, certamente, tem um aí de olho nas suas redes sociais neste exato momento. À espreita.
Um monstro se alimenta de fracassos. A família fracassa em não oferecer exemplos e limites; o Estado naufraga na incapacidade de gerir saúde, segurança, justiça e educação; as igrejas estão tão atentas aos poderes e lucros que esquecem as almas; a vida privada se deixa levar por mesquinharias, baixarias, frivolidades, vulgaridades, mentiras.
E os monstros só crescendo. Porque, diante disso, ora! não tem nada a perder. Nada que valha a pena.
Monstros não se importam com ninguém, só querem sobreviver. Eles semeiam o ódio, colhem o caos, e são - ao mesmo tempo - fruto dos dois. Podem prendê-los, podem matá-los, mas eles continuam vindo.
Os monstros não tem idade. São moços e velhos. Pobres e feios. Lindos e ricos. São políticos, eleitores, empresários, empregados, desempregados. Comem de tudo, se locupletam e cospem o que não cabe mais. O ambiente de restos favorece ao aparecimento de mais e piores monstros.
É isso, um monstro é qualquer um. É uma doença social, que se espalha pelo fracasso da ação preventiva. Fracasso por falta de empenho, de projeto, de competência, de amor. Esse é o local secreto, o berçário deles. O fracasso. É o fracasso que deve morrer.
Para matar os monstros de fome.
por Bob Lemont
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