21/06/2018

BOB NA COPA (10) - O LEGADO DE STROGANOV

Seleção brasileira chegando em São Petersburgo...
LENINGRADO, RÚSSIA - 21 JUN 2018 - A seleção brasileira já está por aqui e eu tô nem aí. O jogo com a Costa Rica é só na sexta! então vou dar meus rolés. Fazia tempo que não visitava a cidade. Saudades de quando vinha aqui com meu parça Gorbachev, o Gorbie. Aquele gostava de uma vodka que eu vou falar pra vocês. Num porre desses, nocauteamos a velha União Soviética. Ahahahahahaha!!! Oh tempo bom!!!

..e eu (seta laranja), correndo pra fazer a foto da chegada
Por onde anda? 

E não adianta. Eu, sinceramente, não consigo chamar isso aqui de São Petersburgo. Não dá, não tem jeito! Ela sempre será a minha, a sua, a nossa, a do soviete supremo - a amada, idolatrada, salve salve, Leningrado.
 
Quanta história!


O calçadão de S. Petersburgo: Rua Halfield russa
Nasceu santa em 1703, pelas mãos do Pedro, o Grande (não maior do que Rasputin, como soubemos por este blog). Virou Petrogrado na mesma vibe, mas acabou mudando de novo - aí numa homenagem feita ao bom e velho camarada Lênin. Que nunca conheceu Leningrado como Leningrado.

É que cidade só recebeu esse nome cinco dias após a morte dele.
Fortaleza de Pedro e Paulo e a catedral ao centro

Terra boa, já foi a capital nos tempos da monarquia. Tipo Salvador, só que sem baianos e com quase tantas igrejas. Meus queridos Romanov eram muito religiosos. A igreja católica ortodoxa é forte por aqui e há muitos templos geridos por ela. Como a linda Catedral de São Pedro e São Paulo, por exemplo, que fica no centrão da fortaleza que deu origem à cidade. Há também a Catedral do Sangue Derramado, que permaneceu por 19 anos com uma bomba nazista enterrada na cúpula. Foi restaurada e hoje é um museu. Cada igreja tem uma história de guerra pra contar.

A imponente Catedral do Sangue Derramado
Amanhã conto mais.

Em terra de reis, não poderia deixar de haver muitos palácios. Há muitos em São Petersburgo. Quase todos abrigam museus hoje em dia. Pra manter as estruturas, obviamente. O que mais me chamou a atenção foi o de Stroganov. Nada a ver com o Miguel - que era russo, porém, era Strogoff.

Sempre chamei de Miguel Strogonoff
Ah, esses personagens fictícios que  o povo acha que existem mesmo...

Mas, absolutamente, tudo a ver com Strogonoff, que é como aquela família tem o sobrenome lembrado até hoje mundo afora. Eles são considerados os pais do que vocês brasileiros apelidaram de estrogonofe. É igual deputado em verba do governo Temer - todo mundo já deu uma mordida naquele monte de carne picadinha, cercado de creme de leite por todos os lados. Certo?

Achou errado, otário!

Clássico Strogonoff russo...
Elena Molokhovets, uma clássica chef de cozinha russa, descreveu há mais de um século uma receita que trazia cubos empanados de carne num molho de mostarda e um caldo de legumes (bouillon) finalizado com uma pequena porção de creme azedo (sour cream). Só.

... gororoba brasileira, esculhambada!
Cogumelos e outras especiarias foram agregados mais tarde.
Mas são muitas histórias sobre a origem do estrogonofe. Há quem atribua a invenção ao nobre militar Pavel Stroganov que, no século XIX, teria pedido a um de seus cozinheiros franceses que inventasse uma guloseima diferente. Ou seja, não foi ele, foi um cozinheiro de verdade. O serviçal teria juntado a tradição de grelhados franceses a de molhos da Rússia. Deu no que deu. Essa é só uma versão. 

Há muitas.
 
O palácio que tem nome e cor de strogonoff

O Palácio Stroganov é até interessante. Tem pinturas e outras obras de arte que pertenceram à família e um tanto de pratos e louças muito chiques pra todo lado. Claro, há um restaurante onde servem o quê? Rá! Esse povo russo não dá ponto sem nó. Deveriam fazer uma rede de fast food explorando essa tradição. Um StrogoMac ou StrogoKing. Vou dar a ideia pro Putin. Semana que vem tem nossa peladinha com ursos na neve... 

Ih, esqueci de trazer blusa...



PS1: Vou continuar dando meus passeios por aqui e depois sentar em algum boteco. Pra ver a Argentina se lascar. Apostei cenzão na Croácia;

PS2: As pessoas dizem que não estou na Rússia e que descrevo minhas peripécias por aqui olhando no Google. Vou processar!  



Bob LeMont
certamente, é um personagem fictício
provavelmente, não está em Leningrado, Petrogrado, São Petersburgo, enfim... 
e, obviamente, copia trechos inteiros da Wikipedia na cara dura

 

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